Inclusão Digital: o que é e como ela pode ajudar na redução da solidão e no aumento da autoestima da pessoa idosa

Olá, pessoal! Meu nome é Fabiana Simões, mas podem me chamar de Fabiii! 🙂

Tenho 49 anos e sou Digital Trainer: ajudo pessoas 40+, 50+, 60+, 70+, 80+… a se libertarem da dependência de outras para usarem seus aparelhos celulares, computadores e tabletes, a fim de poderem criar ou resgatar a liberdade de ir e vir no mundo digital.

“Que mundo é esse, Fabi?”, você pode me perguntar ou querer saber mais sobre isso.

É o mundo que acessamos com nossos dedos por meio de um aparelho conectado à internet, seja ele um celular, computador, tablete, relógio, assistente virtual ou qualquer outro dispositivo que se conecte à rede mundial de computadores.

Cada vez mais nosso dia a dia é facilitado pela disponibilização de serviços ofertados por meio da internet, seja vendo as notícias em tempo real, acessando o aplicativo do seu banco, efetuando uma compra on-line, vendo a previsão do tempo, chamando um motorista de aplicativo, trocando mensagens com amigos(as) e vendo as fotos e vídeos do(a) netinho(a) que acabou de nascer em outra cidade. Então, ainda que você não seja um usuário(a) tão ativo(a) de celular ou até tenha uma certa resistência aos aparatos tecnológicos, você faz parte do mundo digital.

“E o que vem a ser a inclusão digital, Fabi?”

Podemos dizer que se trata da democratização da tecnologia, pois visa garantir acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) a todas as pessoas, independente de idade, classe social, etnia, religião, poder econômico ou necessidade especial.

Quando utilizadas devidamente, podem ajudar a melhorar as condições de vida desses indivíduos. É também uma forma de simplificar a sua rotina diária, adquirir conhecimento, maximizar suas potencialidades, gerar renda e otimizar o seu bem mais precioso e recurso não renovável: o seu tempo de vida!

Sabia que o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas – ONU já reconheceu o acesso à internet como um direito humano derivado da liberdade de expressão, comunicação e opinião? Isso porque a internet se tornou uma ferramenta indispensável à realização de vários direitos, combate à desigualdade e aceleração do desenvolvimento. O Conselho afirmou que o seu acesso universal deve ser uma prioridade a todos os países.

É gratificante saber que o Brasil já está acolhendo essa orientação, por encontrar-se em tramitação na Câmara dos Deputados a PEC 47/2021 que coloca a Inclusão Digital entre os direitos fundamentais previstos pela nossa Constituição Federal.

Já é um passo importante, visto serem três os requisitos básicos para que a Inclusão Digital aconteça: um aparelho, o acesso à internet e o domínio das ferramentas para sua utilização.

Atualmente, mais de 70% dos brasileiros são usuários da internet e mais de 85% da população mundial vive a poucos quilômetros de uma torre de celular que pode oferecer esse serviço.

Até 2025, espera-se que 90% da população mundial tenha acesso regular à internet, visto que as tecnologias sem fio demandam infraestruturas menores, tornando-se acessíveis mais rapidamente.

Durante a pandemia da Covid-19, tornou-se urgente o domínio da navegação no mundo digital, principalmente pela pessoa idosa, em virtude da ampliação dos serviços digitais, aliado ao fato do isolamento social ter aumentado enormemente o sentimento de solidão e até os casos de depressão nessa faixa etária da população.

O número da população idosa com acesso à Internet cresce no Brasil vertiginosamente. Dados de uma pesquisa realizada em 2021 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, demonstram que, em 2020, 97% das pessoas com mais de 60 anos navegaram na internet, correspondendo a um crescimento de 29% se comparado com 2018, ano em que apenas 68% dos idosos acessavam a Internet.

Segundo o estudo, os aplicativos mais usados foram as mídias sociais (72%) – nome mais adequado às redes sociais; transporte urbano (47%) e aplicativos bancários (45%); nas mídias sociais, o WhatsApp foi o mais popular com 92% dos acessos, seguido pelo Facebook (85%) e YouTube (77%).

E é exatamente por meio do uso das mídias sociais que a Inclusão Digital pode ajudar na redução da solidão entre pessoas idosas, pois através dessas mídias que permitem interação em tempo real, o espaço para a fala e a escuta fica ampliado, seja por meio de mensagens de texto, de áudio e até por videochamadas – tecnologia que a pouco tempo atrás era vista apenas em filmes de ficção.

Como é bom ter notícias dos familiares por meio do WhatsApp, saber que a netinha falou as primeiras palavras, conversar com o filho que está longe ou sem tempo para uma visita. A falta da companhia para um almoço pode ser resolvida, por exemplo, com um ser querido do outro lado da chamada de vídeo! Um chá das cinco pode ser feito com cada amiga na sua casa e se reunirem também por chamada de vídeo nesse aplicativo. São infinitas as possibilidades de utilização dessa tecnologia para ampliar os canais de comunicação entre as pessoas.

É claro que nenhuma interação digital irá substituir a interação presencial com seus afetos, texturas, sabores e sentimentos. No entanto, a solidão pode ser reduzida quando podemos conversar e conviver com nossas pessoas queridas e até fazer novas amizades, e quem sabe até evoluir para um novo amor, por meio das mídias sociais. Hoje em dia a pessoa só fica sozinha se assim escolher!

Mas para que isso aconteça é preciso haver abertura para aprender ou para se aprofundar no manejo da tecnologia, para que ela não seja um problema e, sim, uma solução.

É por isso que meu lema é “Quem aprende não depende!”, pois se você não sabe usar, fica sempre na dependência de quem saiba lhe ajudar. E muitas vezes eles podem não ter tempo, paciência ou jeito para lhe ensinar.

E da feita que a pessoa passa a navegar com mais desenvoltura no mundo digital, aprende a utilizá-lo para facilitar o seu cotidiano, ganha tempo, passa a acreditar mais em si, a ver que, sim, ainda é possível seguir aprendendo e se desenvolvendo, mesmo tendo mais que 60 anos. E isso, consequentemente, irá elevar a visão e o sentimento que tem de si mesmo(a), ou seja, aumentará a sua autoestima. Tenho alunos(as) de 40 a 90 anos! Nunca é tarde para aprender!

Espero que você tenha percebido os benefícios e tenha ficado animado(a) para aprender ou para aprofundar seus conhecimentos sobre a navegação do mundo digital. Aguarde o próximo artigo para aprender mais e mais!

Simbooora!

Forte abraço,
Fabiii Simões