Fusões e aquisições: por que o cenário atual é favorável para quem quer crescer via M&A?

Brasília, terça-feira, 12 agosto, 2025

Brasil lidera as operações de M&A na América Latina, com 827 transações e US$ 25,6 bilhões mobilizados apenas no primeiro semestre de 2025

Fonte: Armada Asset

Atualizado em: 12 agosto, 2025

Setores como energia e tecnologia lideram o movimento de M&A, enquanto empresas capitalizadas aproveitam para expandir e ganhar mercado.

O mercado brasileiro de fusões e aquisições (M&A) segue em ritmo acelerado. Apenas entre janeiro e maio de 2025, foram registradas 596 operações, um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo levantamento da PricewaterhouseCoopers (PwC). O movimento tem sido puxado, principalmente, pelos setores de tecnologia (33%), consumo/varejo (15%), automotivo (9%) e energia e serviços públicos (7,5%).
Além disso, o Brasil lidera as operações de M&A na América Latina, com 827 transações e US$ 25,6 bilhões mobilizados apenas no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Aon plc (AON). O número reflete um aumento de 12% no valor total negociado em relação ao ano anterior.
Contudo, instabilidades políticas e econômicas, aliadas à alta da Selic, desafiam o segundo semestre. No middle market, o aumento do custo de capital e dívidas mais caras pressionam valuations, podendo desacelerar transações, conforme relatório da Kroll. Ainda assim, empresas capitalizadas encontram oportunidades para crescer. No setor de energia, por exemplo, a Thopen adquiriu 52 usinas solares da VIP Energia, e a Ineer (Grupo Mendes) comprou 18 usinas da Navi Capital, somando 235 MWp.


“A combinação de juros altos, redução nos valuations e retração do mercado cria um ambiente favorável para aquisições bem planejadas. Observamos uma movimentação intensa de grupos empresariais buscando consolidar mercado, principalmente no setor de energia, onde os compradores enxergam menor risco operacional”, explica Vitor Sá, sócio-fundador da Armada Capital, boutique de M&A e consultoria estratégica.

Segundo Vitor, as operações de M&A têm sido utilizadas não apenas para expansão, mas também para otimizar custos (por meio da integração de operações e redução de custos fixos), acessar novos mercados e bases de clientes, além de adquirir negócios em dificuldades financeiras. Essas aquisições permitem negociar débitos com bancos, resultando em balanços patrimoniais mais robustos.

“Apesar da compressão dos múltiplos de valuation no middle market, empresas com boa saúde financeira, especialmente em liquidez, podem identificar oportunidades que gerem valor. Já os proprietários de negócios em dificuldade ou que desejam desinvestir podem se beneficiar ao vender suas empresas por valores justos, especialmente para compradores que identifiquem sinergias relevantes”, completa.
A Armada Capital tem apoiado grupos empresariais e investidores na estruturação de operações de M&A, oferecendo suporte desde a avaliação estratégica até o desenho jurídico e financeiro das transações.