Lago Sul: exclusividade, status e valorização imobiliária em Brasília

Brasília, quarta-feira, 27 agosto, 2025

Por: Marina Figueiredo
Atualizado em: 27 agosto, 2025

Com ticket médio de R$ 7 milhões, região concentra imóveis de alto padrão, quadras em constante valorização e o metro quadrado mais caro do DF na Península dos Ministros

O Lago Sul, tradicionalmente reconhecido como um dos endereços mais sofisticados de Brasília, segue como referência de exclusividade, status e qualidade de vida. Às margens do Lago Paranoá e com fácil acesso ao Plano Piloto, a região reúne natureza, segurança e infraestrutura de alto padrão, atraindo desde famílias consolidadas até novos investidores.

De acordo com o advogado especializado em Direito Imobiliário e corretor de imóveis Diego Gama, o ticket médio dos imóveis no Lago Sul gira em torno de R$ 7 milhões. No caso das casas, o valor também se aproxima desse patamar. Hoje, a oferta é de 1.059 imóveis disponíveis, dos quais 828 são casas – demonstrando a predominância de residências unifamiliares em amplos terrenos. Os valores, no entanto, variam bastante: há opções a partir de R$ 2 ou 3 milhões, enquanto outras ultrapassam os R$ 50 milhões.

A corretora de imóveis especializada em alto padrão Edla Verônica Piau destaca que falar em valores fixos de metro quadrado, quando se remete ao Lago Sul, é relativo. “O metro quadrado mais caro hoje é o da Península dos Ministros, seguido pelas chamadas pontas de picolé. Mas é sempre importante destacar que o preço depende do padrão da construção. Uma casa pode ter o mesmo lote de outra, mas a valorização será definida pelo investimento realizado no imóvel”, explica.

Segundo os especialistas, há um movimento de migração da procura ao longo dos anos. Inicialmente, a demanda se concentrava nas áreas próximas ao Gilberto Salomão e às pontes de acesso. Hoje, as quadras mais altas ganharam protagonismo, especialmente as QIs e QLs entre a 7 e a 14, além das QLs 8, 9, 10 e 12, que apresentam maior interesse e valor agregado.

“Também destaco a valorização de algumas chácaras da SMDB (Setor de Mansões Dom Bosco), que passaram por parcelamento e se tornaram opções atrativas para quem busca mais tranquilidade em condomínios fechados”, afirma Gama. Já Edla lembra que até as quadras 16 mantêm bom valor de mercado, enquanto áreas mais afastadas, como a QI 26 em diante, atraem outro perfil de comprador.

Diego Gama: Advogado especialista em Direito Imobiliário

Perfil dos compradores e transformações

O público interessado em morar no Lago Sul é variado. “As áreas mais nobres têm atraído escritórios de advocacia, enquanto servidores públicos costumam optar por quadras mais distantes”, aponta Edla. A corretora ainda destaca o papel das construtoras, que adquirem imóveis antigos para demolição e construção de casas de altíssimo padrão ou retrofit, provocando valorizações expressivas.

Outro fator em alta é a regularização dos condomínios no Lago Sul e Jardim Botânico, que ampliou a valorização e incentivou a migração de moradores de classes B e C para regiões próximas, consolidando o chamado “novo Lago Sul”.

Da renda per capita ao estilo de vida

Na análise de Diego Gama, os indicadores socioeconômicos ajudam a explicar a demanda pela região. “O Lago Sul tem uma renda per capita superior a R$ 23 mil, enquanto a média nacional é de R$ 2 mil. Esse patamar é comparável ao de países como Irlanda, Suíça e Noruega, o que por si só já atrai interesse”, observa.

Do ponto de vista micro, fatores como mobilidade e acessos também influenciam. As regiões com saídas mais rápidas ou proximidade de comércio e serviços tendem a ser mais procuradas. “Embora no Lago tudo seja relativamente próximo, a facilidade de deslocamento respeitando a privacidade é um diferencial”, diz Gama. Ele lembra que, segundo a PNAD Contínua, a maioria dos moradores percorre até 15 minutos para chegar ao trabalho.

Edla - corretora de Imóves de alto padrão

Edla – corretora de Imóves de alto padrão

Quadras em valorização

Outro ponto de destaque é a exclusividade: regiões como a Península dos Ministros, de ticket mais alto, raramente recebem usos comerciais. “Nesse patamar de investimento, não se trata mais de necessidade, mas de escolha de estilo de vida”, afirma o advogado.

Gerações e identidade com o bairro

O Lago Sul também se fortaleceu como espaço de identidade e pertencimento. A primeira geração de moradores, formada em grande parte por servidores públicos, abriu caminho para uma nova realidade. “Hoje, muitos filhos dessa geração não se veem morando em outro lugar. Criaram raízes e se adaptaram a esse lifestyle, transformando o bairro em um objetivo de vida”, explica Gama.

Além disso, pessoas de fora de Brasília com alto poder aquisitivo também enxergam na região a melhor opção para morar. “Brasília tem limitadores urbanísticos: não há lotes no Plano Piloto, e os apartamentos dificilmente ultrapassam 230 m². Então, quem busca mil metros quadrados ou mais de área privativa precisa necessariamente de uma casa, e provavelmente no Lago Sul”, afirma.

História do Lago Sul

O Lago Sul foi oficialmente criado em 30 de agosto de 1960, no contexto da fundação de Brasília, com o objetivo de abrigar residências de diretores da Novacap e oficiais da Aeronáutica. As primeiras construções surgiram em 1958, ainda antes da inauguração da capital, com 15 casas para dirigentes da companhia urbanizadora, nas atuais QLs 5, 6 e 7, e 20 casas para militares da Aeronáutica, na QI 3, próximas à Base Aérea. Esse início planejado marcou a vocação do bairro como área residencial de alto padrão, voltada a abrigar autoridades e famílias ligadas ao governo.

Exclusividade, espaço e localização

No mercado de luxo, segundo Diego Gama, três pilares são inegociáveis: exclusividade, espaço e localização. O Lago Sul reúne esses três elementos de forma rara. “Não existe outra região no DF que ofereça casas de 1.000 a 1.500 m² tão próximas ao centro do poder, às embaixadas e às escolas internacionais. Isso garante não apenas status, mas também conexões pessoais e profissionais valiosas”, diz.

A efervescência arquitetônica também valoriza a região. Casas reformadas ou recém-construídas, com design moderno e soluções sustentáveis, criam novas tendências e estimulam ainda mais a demanda.

Além da valorização constante, morar no Lago Sul é considerado um símbolo de status e sucesso pessoal. A região oferece uma das melhores infraestruturas do DF, com segurança, proximidade ao Lago Paranoá, opções de lazer e ambiente que favorece a prática de esportes. “A localização é o principal fator que determina o valor dos lotes. E segurança tem muito peso na decisão dos compradores”, ressalta Edla.

Com ticket médio de R$ 7 milhões, renda per capita em padrão europeu, quadras em contínua valorização e exclusividade inigualável, o Lago Sul segue consolidado como o metro quadrado mais cobiçado de Brasília.