Crédito: Marina Figueiredo.
Por: Marina Figueiredo
Atualizado em: 16 outubro, 2025
Mais do que uma passagem sobre o Lago Paranoá, a Ponte Juscelino Kubitschek — ou simplesmente Ponte JK — é um dos grandes símbolos de Brasília. Ponto de encontro, cenário de práticas esportivas, passagem diária de milhares de veículos e, ao mesmo tempo, um monumento que traduz a integração entre arte, engenharia e natureza.
Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a ponte foi projetada pelo arquiteto Alexandre Chan e pelo engenheiro Mário Vila Verde, tornando-se uma das obras mais premiadas do país. Com 1,2 quilômetro de extensão e três arcos metálicos inclinados, a estrutura chama atenção pela leveza e movimento, refletindo a estética moderna da capital federal.

Foto: Setur-DF / Divulgação
Antes da inauguração da Ponte JK, a travessia entre o Plano Piloto e o Lago Sul era feita apenas pelas pontes Honestino Guimarães (antiga Costa e Silva) e das Garças, o que tornava o deslocamento mais longo e concentrava o trânsito em poucas vias. A construção da “ponte nova” encurtou distâncias e transformou a mobilidade da região, valorizando as quadras 25, 26, 28 e 29 do Lago Sul, que passaram a ter acesso facilitado e ganharam impulso imobiliário.
Para quem vive no bairro, a ponte é mais do que uma via de passagem — é parte da paisagem e da identidade. “Tenho orgulho do meu bairro e de morar pertinho da JK. Nossa ponte é linda. Passar sobre ela e ver o Lago, o céu, é sempre um momento de reflexão. Gosto demais”, conta Matheus Figueiredo, programador de sistemas, 28 anos, morador da QI 29 do Lago Sul.
Além de facilitar o deslocamento, a JK também trouxe alívio ao trânsito da região. “Antes, a principal do Lago Sul ficava toda engarrafada. Hoje, até temos trânsito na ponte, mas é consequência da expansão do Jardim Botânico e de novos acessos que se ramificaram a partir dela”, explica Verônica Gaudêncio, moradora do Lago Sul há 35 anos.
- Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
- Foto: Divulgação ASCOM RAXVI
- Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
Cercada pelo Lago Paranoá, a ponte também se tornou cenário de lazer e práticas esportivas. O entorno é ponto de encontro para quem pratica corrida, ciclismo e triatlo, além de esportes aquáticos como canoa havaiana, stand up paddle e jet ski. Brasília pode não ter mar, mas o brasiliense aprendeu a transformar o lago em um espaço de convivência e bem-estar — e a Ponte JK é o epicentro dessa relação.

Foto: Paulo H. Carvalho /Agência Brasília
Símbolo de modernidade, a estrutura recebeu o Prêmio Internacional de Arquitetura do Instituto de Engenheiros Estruturais de Londres, em 2003, reconhecida como uma das mais belas do mundo. Seus arcos brancos, refletidos no espelho d’água do Paranoá, representam a harmonia entre técnica, arte e paisagem — essência da Brasília de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Mais do que uma ponte, a JK é um monumento vivo: conecta trajetos, histórias e a própria alma de Brasília.













