Foto: Aurélio Cápua Dallapícula. Crédito: Divulgação.
Atualizado em: 8 outubro, 2025
O ex-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (Creci-ES), Aurélio Cápua Dallapícula, é acusado de assédio sexual e desvio de recursos públicos da Instituição.
Denúncias apontam padrão de conduta e uso de recursos públicos indevidos. Duas ex-funcionárias do Creci-ES da 13ª Região apresentaram relatos de assédio sexual e moral contra o então presidente em exercício, Aurélio Cápua Dallapícula, atualmente afastado em razão de intervenção federal. As acusações foram registradas em ações trabalhistas e são alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Os documentos apontam um padrão de perseguição, retaliações profissionais e utilização de recursos públicos para pagamento de acordo judicial relacionado ao caso.
Relatos apresentados:
· Uma das ex-funcionárias afirmou ter sido assediada sexualmente pelo então presidente. Após recusar as investidas, relatou ter sofrido retaliações, como perda de acesso a sistemas internos, reajuste salarial inferior ao de colegas e ambiente hostil de trabalho. Prints de conversas de WhatsApp foram anexados ao processo como prova da conduta abusiva.
· Outra funcionária declarou que foi agarrada e forçada em duas ocasiões distintas, mas conseguiu resistir. Depois disso, teria sido alvo de boicote profissional, isolamento, perda de funções e estagnação salarial. Segundo o relato, a funcionária deixou de ser chamada para integrar as comitivas e passou a sofrer exclusão dentro do órgão.
Uso de recursos do Creci-ES:
Além das denúncias, as investigações indicam que valores do próprio Creci-ES foram utilizados para pagamento de acordo trabalhista relacionado ao caso. A situação levantou críticas, uma vez que recursos de uma autarquia federal teriam sido destinados para cobrir consequências de condutas individuais.
Investigação do MPT:
O Ministério Público do Trabalho instaurou procedimento investigatório para apurar não apenas estes casos, mas também outros relatos de práticas semelhantes ocorridas no Creci-ES, sugerindo a existência de problemas estruturais e recorrentes na instituição.
Repercussão:
As acusações chamam atenção pela gravidade e pelo impacto na imagem da autarquia federal, cuja função deveria ser a defesa da ética no exercício da profissão imobiliária. O caso reforça a necessidade de:
· responsabilização dos gestores envolvidos,
· maior transparência na aplicação de recursos públicos,
· criação de políticas eficazes de prevenção e combate ao assédio em instituições públicas