A produção de cogumelos no Distrito Federal segue em forte expansão. Em 2024, o número de produtores locais aumentou de 17 para 19, e o Valor Bruto da Produção (VBP) saltou de R$ 3,49 milhões para R$ 5,2 milhões — um crescimento de 49% em relação ao ano anterior. A variedade e a qualidade dos alimentos, somadas ao apoio técnico e ao perfil exigente do consumidor brasiliense, impulsionam o setor.
O Quadradinho também fornece vantagens climáticas para quem decide produzir a espécie, por não apresentar tantas variações de temperatura e ser relativamente fácil fazer o controle de umidade, o que possibilita que o DF tenha um grande potencial para a produção de cogumelos.
Entre os produtos estão champignon embalado, cogumelo-do-sol, shimeji, shiitake e cogumelos em conserva. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), esses alimentos são altamente nutritivos — com teor proteico semelhante ao da carne e maior que o de muitos vegetais e frutas. São, ainda, ricos em vitaminas, carboidratos e possuem baixo teor de gordura. Estudos científicos investigam, desde os anos 1970, as propriedades medicinais dos cogumelos, que já demonstraram potencial como aliados em tratamentos complementares para doenças como câncer, lúpus, HPV e até Aids, por estimularem o sistema imunológico.
Apoio na base
A técnica Clarissa Campos, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), explica que o trabalho da empresa pública acompanha toda a cadeia produtiva, desde o cultivo até a comercialização e acesso às políticas públicas. Ela ressalta que o número de produtores também aumentou no último ano, impactando no aumento da produção local. “A Emater orienta desde o acesso a crédito rural até a emissão de documentação, apoio técnico e ajuda na inserção nos mercados”, detalha.
O produtor Jansen Barreira, da chácara Cerrado Funghi, no Lago Oeste, é um exemplo do avanço do setor. Ele cultiva entre 500 e 600 quilos de cogumelos por semana. Ex-publicitário, Jansen deixou o mercado da comunicação para investir no sonho antigo de viver do campo. “Desde 2005 pensava nisso. Em 2018 fechei minha agência e mergulhei de cabeça. Hoje, tenho uma vida menos estressante e moro onde trabalho. E todo o apoio que tive da Emater foi fundamental para diminuir meus custos de energia em condições excepcionais, é uma grande parceria”, conta.










